Inventamos as dores
Inventamos os remédios para aplacar as dores
Inventamos os amores
Inventamos o ciúmes para vivenciar os amores
Inventamos tudo
Só esquecemos de inventar a nós mesmos
O tempo já havia passado
Não dá para voltar atrás
Sem hora para chegar
E lendo Nietzsche
Sua aversão ao Cristianismo
Há autores que nos convencem pela força
Outros pelo entendimento
E cá estou com meus livros
Passageiros de um trem
Para onde quiserem me levar eu vou
As amizades vem e vão
Como um pássaro na gaiola
Faço gestos com a mão
Sou uma dançarina espanhola
Aquele fogo que vem e arde
Levanto minha saia e bato o pé
As amizades vem e ficão
Eu danço ao som de castanholas
E como vulcão em erupção
Solidifico intensões
Não sou uma espanhola qualquer
Prevejo o futuro a cada batida
Em transe manifesto
Savoir-faire
O caminhar é lento
Pesado como touro
Com a capa na mão sou toureiro
Vivendo por amor
Enfio lanças no lombo do animal
Sempre me chamam de um homem boçal
Não é divertimento, é sensual e ereto
Vivendo por amor
Estou quase certo